Mais uma Virada Cultural no centro mijado e fedido de nossa cidade tao cosmopolita, rica, exuberante como aquela puta que vc sabe que é podre mas tem seu valor...
Me lembro da primeira Virada Cultural que descobri por acaso, assim que voltei a morar próximo ao centro velho, mijado e fedido de São Paulo, numa ida ao Shopping Light para comprar velas eu acho, descobrimos uns palcos espalhados pelo centro e umas atrações muito bizarras e alternativas... não havia divulgação... era pequeno... mas assim como a cidade o evento foi a cada ano tomando proporções ainda maiores... e assim como todo mito, suas fantasias e glamour...
Em todos estes anos de Virada já vi muita gente esquesita, muito som estranho, e muita gente diferente misturada no mesmo lugar...
Já vi Teatro Mágico mostrar que é grande numa apresentação que lhes renderam um palco melhor num horário digno as grandes atrações no ano seguinte...
Já vi o melhor do punk rock dos anos 80 e o matador de passarinhos Rogério Skylab no mesmo palco...
Já vi Paul D'ianno (Ex Iron Maiden) tocando as musicas que nem mais o próprio Iron toca...
Entre outras coisas que só este evento proporciona, por estar ali, envolvido pelo ambiente de descontração e alegria.
Este ano a Virada teve outro significado.
Afastado da badalação dos grandes palcos e atrações, me dirigi a Praça Roosevelt, na livraria HQ Mix, a convite do Garuti, ilustrador amigo do Fran que me acompanhou também em mais esta empreitada.
Claro que antes passamos por cada palco do centro, verificando, conferindo e tentando entender como que um evento feito entre um feriado prolongado e final de Campeonato Paulista de futebel consegue ganhar tamanha dimensão.
Papos sóciopoliticofilosoficos (acabaram mesmo com o ifem?) a parte o tema para esta virada era gente. Gente que a gente suporta, gente que agente evita, gente que agente ignora e admira também.
A Praça Roosevelt não está tão gay quanto imaginava, alguns bares gls fecharam e deram espaços a um minimercado e ao espaço dos Satyros, um teatro mantido pelo grupo Os Parlapatões que acabou mesclando o público da funésta Praça Roosevelt.
Então a cada virada do copo cheio de cerveja barata que molhavam as palavras proferidas sobre nossas aspirações artisticas que iam em criticar o mundo e o novo batman, passando pelas diferenças entre Sivuca e Hermeto Pascoal, mantendo sempre o olhar observador sobre as pessoas que interagiam no ambiente consagrou-se a Virada Cultural 2009.
E assim foi mais uma noite de virada cultural, desta vez bem diferente, com direito a conhecer gente nova, inclusive umas bem diferentes mesmo, aproveitar um clima, mas como não poderia deixar de ser ao amanhecer, como o acaso do destino, encontrei o velho amigo Thiago, companheiro de viradas anteriores e curtimos aquela manhã do nosso velho e bom jeito ao som das bandas que não ouvimos em nossos tocadores de mp3...
Postado ao som de Judgemente Night - Music from de Motion Picture